I. Em primeiro lugar, O QUE SIGNIFICA SER UM QUE DÁ COM - TopicsExpress



          

I. Em primeiro lugar, O QUE SIGNIFICA SER UM QUE DÁ COM ALEGRIA? O resto do versículo descreve o que não significa, e assim nos ajuda a ver o que se quer descrever. “Não com tristeza, ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria.” “Não com tristeza“, não dando como se desejassem evitá-lo, e, por conseguinte, dando o menos possível, contando cada centavo, e considerando-o tão valioso como uma gota de seu sangue. Devemos dar com despreocupação, espontaneidade, liberdade e prazer; isto é dar com alegria. Para alcançar satisfação, uma pessoa deve dar proporcionalmente, pois os que dão com alegria calculam quanto devem dar, quanto se pode esperar de suas mãos, como bons mordomos. Quem recebe uma boa renda daria de má vontade se não desse mais que alguém que somente recebe a décima parte dessa renda. Quem tem poucos gastos e vive com pouco, se não dá mais que outro que tem uma família muito grande e altas saídas de dinheiro, não pode se dizer que dá com alegria. Evidentemente, daria de má vontade se não desse proporcionalmente. Muito foi dito sobre dar um décimo – dízimo – do ingresso ao Senhor. Sou do parecer que se trata de um dever cristão que ninguém deveria questionar nem por um instante. Se se tratava de um dever sob a lei judaica, é agora um dever muito maior sob a dispensação cristã. Mas é um grande erro supor que o judeu dava o dízimo somente. O judeu dava muito, muito, muito mais que isso. O dízimo era o pagamento que devia realizar, mas depois disso vinham todas as ofertas voluntárias, todas as várias doações em diversas épocas do ano, de tal forma que, talvez, ele dava um terço, ou certamente algo muito mais aproximado a isso, do que o dízimo. E é estranho que em nosso tempo, os seguidores de ídolos, tais como os hindus, também deem essa proporção de seus ingressos, envergonhando assim totalmente a falta de liberalidade de muitos que professam serem seguidores de Jesus Cristo. Contudo, eu não gosto de estabelecer a respeito nenhuma regra para o povo de Deus, pois o Novo Testamento do Senhor não é um grande livro de regras; não é um livro apegado à letra, pois a letra mata, senão que é o livro do Espírito, que nos ensina melhor a alma da liberalidade e não seu corpo, e em vez de escrever leis sobre pedras ou papel, escreve leis em nossos corações. Queridos amigos, deem como propuseram em seu coração, e o façam proporcionalmente, segundo a prosperidade que o Senhor lhes deu. E não calculem quanto devem dar em função do que seria respeitável que fosse dado, ou do que outras pessoas esperam que vocês deem, senão como sob o olhar do Senhor, pois Ele ama ao que dá com alegria; e como o que dá com alegria é o que dá proporcionalmente, vocês devem ter o cuidado de, como bons mordomos, somente prestar contas ao grandioso Rei. Porém, eu disse que aquele que dá com alegria é também o que dá voluntariamente, aquele que não necessita ser “sangrado”, como dizemos às vezes; aquele que não necessita que o bisturi seja usado nele constantemente; não como a jovem uva, que deve ser pressionada e apertada para que seu suco seja tirado, porque não está madura, mas como um cacho cheio de suco revigorante. Nós devemos ser como o favo de mel, gotejando constantemente o mel virgem, extremamente contentes se nossos dons puderem ser aceitos por meio de quem é o altar, e que torna aceitáveis a Deus tanto o ofertante como a oferta. Não deveríamos necessitar de que nos fosse pregado, nem sermos exortados, nem devemos ser pressionados mediante chamamentos públicos ou solicitações privadas. Deveria ser dito de nós, o mesmo que se dizia da igreja de Corinto: “QUANTO à ministração que se faz a favor dos santos, não necessito escrever-vos.” Então, seja um que dá proporcionalmente, e seja aquele que dá voluntariamente. Um homem que dá a Deus alegremente transcendeu o espírito de um servo, de um escravo. O escravo traz seu quinhão, que está obrigado a pagar, e o põe aos pés do capataz, e continua seu caminho na miséria. Mas o filho amado, tão satisfeito de dar a seu Pai o que pode, coloca sua pequena oferta no tesouro de seu Pai, na medida do possível, sem ser observado pelos homens; contempla o sorriso do Pai e continua cheio de alegria o seu caminho. Vocês não estão sob a lei, mas sob a graça; portanto, não devem dar nem fazer coisa alguma para Deus como por compulsão, como se escutassem o velho chicote mosaico estalando perto de seus ouvidos. Vocês não devem se encurvar diante do Senhor como o filho de Agar, a escrava, como recém-chegados da Arábia e dos tremores do Sinai; vocês têm de avançar alegremente como alguém que veio do Monte Sião, como o filho da promessa: como Isaque, cujo nome significa riso; alegrando-se porque vocês são capacitados, favorecidos e privilegiados para fazer tudo por Quem os amou até a morte. Aquele que dá com alegria é um que dá de todo coração, e há uma maneira de dar de todo o coração, especialmente quando a oferta é a de seu tempo ou de seu serviço. Alguns dão para Deus seu tempo aos domingos, mas estão meio adormecidos. Alguns Lhe dão seus esforços na escola, ou nas aulas, ou na pregação nas ruas, mas não parecem colocar nunca toda a alma em seus compromissos. O que a igreja necessita, hoje em dia, é de um serviço mais alegre, de maior entrega. Por acaso vocês não sentem um arrepio quando escutam a pregação de alguns homens: uma palavra hoje e outra palavra amanhã; e o gélido sermão é expresso de maneira tão suave (quando poderiam falar suficientemente alto, se quisessem) que vocês mesmos podem testemunhar que não puderam sacudir suas almas com o tema que pretendiam gravar nelas? Com tais pregações, as congregações se tornam “gradualmente menores e menos atraentes”, porque estão sob a convicção de que o pregador não tem nada a dizer que considere digno, pois, do contrário, falaria claro e com ousadia. Oh, se todos os ministros de Cristo, todos os diáconos, os anciãos, os professores da escola dominical, os pregadores nas ruas e os missionários na cidade fossem fervorosos, que pessoas tão diferentes seriam! Se o serviço fosse todo alegre no sentido de ser intenso, cheio de força, envolvendo toda a humanidade do homem, que tempos de avivamento, brilhantes e alegres, poderíamos esperar, pois neste sentido “Deus ama ao que dá com alegria“. Esse que dá com alegria, não desempenha seu serviço para cumprir simplesmente com o dever, ou porque é um assunto de rotina e chegou a hora, e as pessoas estão esperando, mas sim o faz porque gosta de falar do amor de Jesus, porque lhe encanta tratar de ganhar almas, porque desfruta ao declarar todo o conselho de Deus, porque gosta de ver o rosto dessas amadas crianças, orar por elas, juntá-las e ensiná-las sobre o Salvador que verteu o Seu sangue pelos pecadores. Ali, onde há um serviço prestado com a entrega da alma, deve haver bênção; mas se não servirmos ao nosso Senhor com alegria e, por conseguinte, não o fizermos de todo coração, Deus não amará esse serviço, e não se obterá nenhum resultado dele. Uma coisa sei: o que dá com alegria sempre deseja poder dar dez vezes mais do que dá. O que faz com alegria sempre anseia ter maior capacidade para fazer mais. Um pregador alegre gostaria de ter mil línguas, e nenhuma delas teria descanso. Amados, acaso não se lembram de ter desejado alguma vez poder afastar-se desta vida monótona e alçar uma vida espiritual mais elevada? Nunca leram a vida de Henry Martyn, um polido erudito, um homem de muitos estudos e grande reputação, que abandonou tudo por Cristo e foi para a Pérsia e ali morreu sem ter visto um só convertido e, contudo, estava tão contente de viver e morrer em terras tão longínquas por seu Senhor? Nunca leram sobre David Brainerd, que viveu longe em meio aos índios, trabalhou arduamente e, em sua velhice, ensinou um garoto negro a ler, e dava graças a Deus porque quando já não podia pregar, contudo podia ensinar esse menino, e assim fazer algo por seu amado Senhor que havia feito tanto por ele? Ai, nunca leram, ou consideraram, até mesmo a são Francisco Xavier, católico romano como era? Contudo, que homem, quão consagrado, quão zeloso! Com todos os seus erros e equívocos, percorria mar e terra, penetrava nos bosques, tendo enfrentado a morte mil vezes, para poder pregar por todas as partes as pobres doutrinas extraviadas nas quais cria. Assim como odeio seu ensinamento, admiro seu zelo que somente posso chamar de milagroso. Quando penso em homens como esses, e quero censurar seus erros, somente posso censurar-me a mim mesmo que nem sequer posso pensar, ou unicamente posso pensar em levar uma vida como a que eles viveram. Oh, que pudéssemos aprender o segredo da completa consagração! Oh, que pudéssemos receber o veemente anseio e o desejo de uma dedicação perfeita de nosso ser a nosso Senhor e Mestre! Então, nosso lutar diário brilharia com a glória da santidade. Então, reluziríamos como serafins ao mesmo tempo em que nos esforçamos como homens comuns aqui embaixo. Então, ensinaríamos, pregaríamos, oraríamos, trabalharíamos e ofertaríamos com tal espírito e uma divina unção tal, que o mundo se perguntaria de onde procedem e de onde aprendemos essas sagradas artes. É esta alegria, entrega, sinceridade, intensidade, fogo da alma, o que Deus ama. Oh, se tivéssemos isso! Oh, se pudéssemos alcançar isso, pois Deus ama a tais fazedores e doadores.
Posted on: Wed, 18 Sep 2013 20:22:49 +0000

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