Já imaginou se eu organizasse uma festinha literária com - TopicsExpress



          

Já imaginou se eu organizasse uma festinha literária com dinheiro público do governo do Rio de Janeiro, da Embratel, da Petrobras e da Eletrobras, e só convidasse autores de direita? Se eu fosse o mediador de um debate entre Olavo de Carvalho, Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo (eu sei que vocês iam adorar); e ainda reunisse em uma mesa paralela de discussões políticas Marco Feliciano, Silas Malafaia e Jair Bolsonaro (uhuuul!)? Já imaginou se eu declarasse que preferi chamar aqueles de quem eu me sinto mais próximo, aqueles que abordam as questões de maneira inteligente, e que eu nem consigo pensar em autores de esquerda? Já imaginou o tamanho do escândalo? Já imaginou as manchetes nos jornais? Já imaginou quantos selinhos gays dariam os artistas? Já imaginou a cara da Leilane Neubarth na cobertura 24 horas da Globo News entrevistando especialistas em - deixe-me ver... - "corrupção conservadora"? Já imaginou os textos de Leonardo Boff, de seu xará Sakamoto e de Emir Sader reunidos em uma sessão especial de sites panfletários comunistas tipo Pragmatismo Político? Já imaginou os punks recrutados pelo PSTU depredando a portaria do meu prédio? Já imaginou os "manifestantes" arregimentados pelo petista Gilberto Carvalho queimando pneus no meu elevador? Já imaginou a horda de universitários barbudinhos com camisa do Che Guevara acampados na minha rua? Já imaginou o William Bonner dizendo no Jornal Nacional que é tudo uma manifestação espontânea e pacífica de um povo indignado, lamentavelmente atrapalhada por uma minoria de vândalos que não representam ninguém? Já imaginou a profusão de parasitas na minha página do facebook, daquele tipo que acha a grande mídia manipuladora, mas repete tudo que ela diz e faz tudo que ela aplaude? Já imaginou o quão nazista, fascista, fundamentalista, fanático, terrorista, racista, homofóbico, corrupto e ladrão eu seria? Já imaginou as medidas legais para proteger o país contra a ameaça da ditadura da "extrema-direta radical"? Já imaginou? Pois é. Mas a Flip não rende nem um selinho da Daniela Mercury. Nem um cartaz "Eu não leio, mas não sou otário!". Nadinha. Se é de esquerda afinal, que mal há, não é mesmo? Ninguém protesta, ninguém reclama, ninguém debocha. A não ser esse tal de Felipe Moura Brasil, aqui e no Mídia Sem Máscara (midiasemmascara.org/mediawatch/folha-de-s-paulo/14281-a-flip-e-a-folha-uma-festa-caolha.html); e agora Olavo de Carvalho, no Diário do Comércio (dcomercio.br/index.php/opiniao/sub-menu-opiniao/111976-alguem-e-ninguem) - o primeiro de dois artigos do filósofo a respeito. Eu ia até organizar uma listinha daqueles autores de direita de que o curador do evento Miguel Conde, o sociólogo Sergio Miceli e o escritor Milton Hatoum não conseguem se lembrar, coitadinhos; mas felizmente Olavo já fez isso por mim no texto dele. São quase 80, só dos que lembrou de cabeça. E ainda vem mais. Quando eu me dei conta na juventude de que todas as informações, ideias, crenças, valores, opiniões e principalmente invejas e ódios que eu respirava no ambiente cultural brasileiro - mesmo que espirrando - vinham do mesmo grupo de mixugos político-ideológicos do sr. Conde, eu saí correndo atrás daqueles que pudessem me desintoxicar. Não fui o único. Mas a maioria dos jovens não estava nem está nem aí para a bolha em que vive, e nem a 1.840.756.932ª confissão dos autores da bolha lhe desperta ao menos o desejo de arranhá-la com a mãozinha. Eles gostam mesmo é de ficar lá dentro. Só se manifestam quando um esquerdista manda; ou quando algum reacionário, como eu, diz que eles são todos otários. Já imaginou se não dissesse?... felipemourabrasil.br
Posted on: Wed, 03 Jul 2013 03:59:09 +0000

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