MEU ENCONTRO COM JESUS Quando empreendia uma das minhas habituais - TopicsExpress



          

MEU ENCONTRO COM JESUS Quando empreendia uma das minhas habituais caminhadas pelo bosque, fui alçado ao espaço, e de repente me vi num mundo estranho. À visão de um vulto que se aproximava, tive a sensação de que a pessoa era Jesus. Ao notar que Jesus se oferecia ao diálogo, perguntei-lhe sobre sua estada no mundo. - Revelei-me aos homens na carne, mas encontrei-os todos embriagados. Nenhum eu encontrei sedento. Minha alma sofre, porque estão cegos de coração; não veem que chegaram vazios ao mundo e tencionam sair vazios dele. - São palavras muito duras - disse-lhe. - Os homens pensam que vim trazer a paz ao mundo. Não sabem que estou aqui para lançá-los ao fogo, à espada e à guerra… E eles estarão sós. - Muitos, em meu mundo – acrescentei - poderiam associar essas frases tuas com o fim dos tempos. - As gerações futuras compreenderão que a volta do Filho do Homem não se dará pela mão do guerreiro. Esse dia será inolvidável: depois da grande atribulação meu estandarte será visto nos céus por todos da Terra. Essa será minha verdadeira e definitiva volta. - O que será a grande atribulação? Jesus não parecia muito disposto a dar-me detalhes. - Ao menos diz-nos quando se realizará. - Daquele dia e daquela hora, ninguém sabe. Só o que posso dizer-te é que será tão inesperado que a muitos os pilhará no meio da sua cegueira e iniquidade. - Meu mundo, do qual venho, distingue-se precisamente pela confusão e pela injustiça. - Teu mundo não é nem melhor nem pior do que aquele em que vivi. A ambos só lhes falta o princípio que rege o Universo: o Amor. - Dá-me, ao menos, um sinal para que saibamos quando te revelarás aos homens pela segunda vez. - Quando vos desnudardes de todo o mal e tiver amor por todos. - Então meu mundo está muito longe desse dia. Ali os homens são inimigos dos homens e até do próprio Deus. - Você está equivocado, Deus não tem inimigos. Aquela incisiva frase de Jesus trouxe-me à memória muitas das crenças sobre um Deus justiceiro que condena ao fogo do inferno aquele que morre em pecado. E foi o que eu lhe disse. - Os homens são hábeis manipuladores da Verdade. Um pai pode sentir-se aflito com as loucuras do filho, mas nunca o condenaria a um castigo eterno. Crer nisso é não conhecer o Pai. - Por que então falaste de fogo eterno e ranger de dentes? - Falo por parábolas. Em verdade te digo que aquele que aposte forte, e se equivoque, sentirá como lhe rangem os dentes. - É que a vida é uma aposta? - Tu o disseste, Adilson. Uma aposta pelo Amor. É o único bem em jogo desde que se nasce. Fiquei pensativo. Aquelas eram palavras novas para mim. - Que te preocupa? – perguntou-me Jesus. - A ser assim, que podemos pensar dos que nunca amaram? - Não há tais. - Que me dizes dos sanguinários, dos tiranos? - Também esses amam à sua maneira. Quando passarem para o outro lado, levarão um bom susto. - Não entendo. - Eles se darão conta, ao deixar este mundo, de que ninguém lhes perguntará por seus crimes, riquezas ou poder. Eles mesmos se convencerão de que a única medida válida, no “outro lado”, é o Amor. - E que ocorrerá com os que não tiverem sabido amar? - Queres dizer: com os que não tiverem querido amar. Esses serão os grandes burlados e, em consequência, os últimos no Reino do meu Pai. - Então teu Deus é um Deus de amor. - Tu és Deus! - Eu? - Em verdade te digo que todos os nascidos levam o selo da Divindade. - Mas não respondeste à minha pergunta. É Deus um Deus de amor? - Não o fosse e não seria Deus. - Nesse caso devemos excluir de nossa mente qualquer castigo ou prêmio? - É nossa própria injustiça a que se volta contra nós próprios. - Começo a intuir que tua missão é muito simples. Será que me engano se te digo que teu trabalho consiste em deixar uma mensagem? Jesus sorriu satisfeito. Pôs a mão sobre meu ombro e replicou: - Não podias resumi-lo melhor. - Tu sabes que meu coração é duro – acrescentei. Poderias repetir-me essa mensagem? - Diz ao teu mundo que o Filho do Homem só veio para transmitir a vontade do Pai. - Isso nós já o sabemos. - Estás seguro? Diz-me, que significa para ti ser filho de Deus? Senti-me novamente apanhado. Eu não tinha uma resposta válida. Nem mesmo estava seguro da existência desse Deus. - Eu to direi – interveio Jesus. Haver sido criado pelo Pai supõe a máxima manifestação de amor. Ele dá tudo sem pedir nada em troca. Eu recebi o encargo de recordar isso. Essa é a minha mensagem. - Então, não importa o que façamos, estaremos condenados a ser felizes? - É questão de tempo. É necessário que o mundo entenda, e ponha em prática que o único meio para ele é o Amor. - Se tua presença no mundo obedece a uma razão tão elementar como a de depositar uma mensagem para toda a Humanidade, não crês que “tua igreja” é demais? - Minha igreja? Não tive, nem tenho a menor intenção de fundar uma igreja. - Mas tu disseste que a palavra do Pai deveria ser estendida até os confins da Terra. - Em verdade te digo que assim será. Mas isso não implica condicionar ou dobrar minha mensagem à vontade do poder ou das leis humanas. Da mesma forma te digo: minha mensagem só necessita de corações sinceros que a transmitam; não de palácios ou falsas dignidades e púrpuras que a cubram. - Tu sabes que não será assim. - Ai dos que se antepuserem à minha vontade! - E qual é a tua vontade? - Que os homens se amem como os tenho amado. Isso é tudo. - Não obstante, muitos dos homens de meu mundo desejaríamos fazer-te uma pergunta. - E qual é? - Poderíamos chegar a Deus sem passar pela Igreja? - E tu necessitas dessa igreja para chegar ao teu coração? Muito antes que existisse algum homem sobre a Terra, meu Pai já havia semeado a beleza e a sabedoria. Quem vem antes, portanto, Deus ou essa igreja? - Muitos sacerdotes do meu mundo – repliquei – consideram essa igreja como santa. - Santo é meu Pai. Santos sereis todos vós no dia em que amardes. O amor não necessita de templos. Um homem tira o bem ou o mal de seu próprio coração. Um só mandamento vos é dado. - Por que não conseguimos encontrar essa paz? - Não tentes mortificar teus irmãos na malícia ou na pressa. Deixa que cada espírito encontre seu caminho. Ele mesmo, ao final, será seu juiz e defensor. - Mas, e o Juízo Final... - Por que tanto vos preocupais com o final, se nem sequer conheceis o princípio? - Tenho a impressão de que tu serias considerado excessivamente liberal para as igrejas do meu mundo. - Deus é tão liberal, como dizes, que até mesmo permite que te enganes. Ai daqueles que se arrogam o papel de sacerdotes! Ai dos que monopolizam Deus! - Tu sempre estás falando de Deus. Poderia explicar-me quem ou o que é Deus? - Não me peças que te fale de Deus: sente-o. É o suficiente. - Eu estaria certo se dissesse que o sinto como uma “energia”? - Vais muito bem. - E que há por detrás dessa “energia”? - O Amor, quer dizer, o Pai. - Por que é tão importante o Amor? - É a vela do navio. - Permite que eu insista: que é o Amor? - Dar. - Dar… mas dar o quê? - Dar. Desde um olhar até tua vida. - Que podem dar os angustiados? - A angústia. - A quem? - À pessoa que lhes quer bem. - E se não tiverem ninguém? - Isso é impossível! Até os que não te conhecem podem amar-te. - E que dizes de teus inimigos? Também deves amá-los? - Sobretudo a esses. O que ama aos que o amam já recebeu a recompensa. A conversação se prolongaria, mas tive que “retornar”, pois a madrugada já se fazia alta. Agora sei que meu ceticismo para com aquele homem havia começado a fender.
Posted on: Sun, 25 Aug 2013 01:07:33 +0000

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