MORRA CHINÊS BUZINEIRO, MORRA! Fui ao 30º Congresso Geológico - TopicsExpress



          

MORRA CHINÊS BUZINEIRO, MORRA! Fui ao 30º Congresso Geológico Internacional em Pequim, China, em agosto de 1996. Após a semana de palestras e conferências juntei-me ao grupo dos especialistas em rochas diamantíferas para a excursão de 15 dias pelas minas de diamante nas províncias chinesas de Liaoning e Shandong. Na China tem gente por toda parte, nas cidades, nos campos, nas estradas, não tem lugar vazio. Num dos trechos da viagem, fomos divididos em vários veículos. No jipe onde eu estava ia um professor americano com a esposa russa, também geóloga. O professor era um grande especialista e nos brindou com várias palestras notáveis. Ele era um homem alto, moreno claro, barbudo, um cara boa praça. Como acontece com o pequeno mundo dos diamantes, encontrei-o em outras ocasiões em outros eventos em outros países. Havia mais uma pessoa no carro, não me lembro mais quem era. Os pedestres chineses não tomam cuidado com o trânsito de veículos e andam pra todo lado sem olhar para onde. Assim sendo, todo motorista dirige com uma mão e buzina com a outra. Sem cessar, é um buzineiro infernal. Estávamos todos desesperados com o barulho. Eu como não ando sem meu protetor de ouvido na bolsa, pluft, enfiei as espuminhas o mais fundo que pude. E fomos indo, viajando estrada afora. O odor dos campos chineses é uma coisa de doido. Eles adubam as lavouras com fezes e urina humanas em natura. Quilômetros de lavoura dos dois lados da rodovia, que catinga! Pode-se dizer literalmente que cagaram no mundo. Íamos calados. Cada um tentava aguentar a situação como podia. De repente o professor, que estava sentado no lado do carona virou para o motorista e com as duas mãos começou a apertar-lhe o pescoço rosnando algo que imagino fosse: “morra, morra!” Mas não dava para entender, tampouco entendíamos o motorista que só falava chinês. O pobre não entendia porque o outro tentava enforcá-lo. Ele buzinava como todo mundo, todo dia, toda hora. Todos nos pusemos a gritar com o professor, pois no seu ataque corria o risco de matar o chinês e a todos nós. Afinal ele parou, acordado pelos altos brados dos colegas. Acho que até hoje o motorista não entendeu o que aconteceu e continua com a mão direita na buzina, buzinando vida afora...
Posted on: Tue, 19 Nov 2013 14:48:10 +0000

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