Muita gente não vai conseguir ler este texto. Ontem, graças ao Josué, finalmente eu vi o filme: O Livro de Eli. A história se desenrola em um cenário pós guerra mundial. E essa guerra teria sido causada, supostamente, em função do livro - do conteúdo do livro. E por este motivo, logo após a guerra, todas as cópias desse livro foram destruídas - exceto uma: a do Eli. Há, no decorrer do filme, uma busca, uma disputa pelo livro. Mas por quê e para quê? Essa disputa é protagonizada, basicamente, por dois personagens e todos os dois com o mesmo objetivo: recomeçar tudo de novo. Porém, com pontos de vista e interesses completamente diferentes. Entretanto, recomeçar da mesma forma de sempre, seria o mesmo que decretar novamente o fim - e exatamente do mesmo modo (guerra). Não abdicando dos seus interesses, os personagens do filme sabem, assim como eu também concluí, que eles estariam criando um paradoxo no tempo ou um verdadeiro: ciclo vicioso. Esse filme me fez refletir sobre algumas coisas: uma delas é que escrever é muito perigoso; a outra é que saber ler pode salvar a sua vida (quando eu digo saber ler não é ler simplesmente: é ver e entender; é interpretar da forma certa; é sentir e entender o correto). Escrever é muito perigoso porque o que você escreve poderá ser mal interpretado ou até mesmo deturpado por alguém que tenha interesses outros, diferentes daqueles que te fez escrever. E saber ler pode salvar a tua vida porque você não correrá o risco de ser enganado por aquele deturpador de plantão. Você acha que a passeata dos royaltes do petróleo, orquestrada por alguns governadores; a votação imediata e com quase unanimidade contra a pec 37; a prisão surpreendente de um deputado em pleno exercício de suas funções; o não aumento das passagens de ônibus e pedágios; a copa das confederações assim como a própria copa do mundo; e agora mais recentemente e não tão mais absurdamente: a possível existência de um plebiscito para saber o que o brasileiro quer, e mais: sugerido pela própria presidência da republica sabedora que isso vai custar em torno de 500 milhões de reais, são mecanismos utilizados por aqueles tais deturpadores que falei acima com interesses outros contrários aos seus? Há um livro que até hoje é usado conforme os interesses de pessoas que se aproveitam do fato de outras não saberem lê-lo. Da mesma forma que não somente livros mas, fatos; eventos; passeatas; jogos etc são usados e muitas vezes até criados com o objetivo de disfarçar o óbvio. E a coisa é tão bem feita ao ponto de causar um efeito que eu chamo aqui de: ignorância colaboradora. Ou seja, você é tão bem enganado que passa a colaborar com quem está te enganando - passa a ser um cúmplice com a certeza de que é um ser superior e que "está amando o teu próximo como a ti mesmo - e as vezes até mais"... É, você de fato é um ser superior: aguentar uma rola de 30 cm de comprimento por 10 cm de espessura polvilhada de areia de praia com um cremezinho de pimenta considerando que você sofre de hemorroida cravada no rabo tudo isso pra possibilitar que o teu próximo ande de Jaguar, faça viagens a Paris, tenha casas maravilhosas, e se alimente do bom e do melhor... O meu apelido é Manêro, mas maneiro mesmo é você. Você que vai ao Maracanã amanhã ver o jogo da seleção; você que vai ser voluntário na copa do mundo. Por tudo isso você merece o meu aplauso. Eu queria ser como você, mas a minha inferioridade não permite. Além disso: personalidade é foda! Eu vou confessar uma coisa pra você - por mais que possa parecer o contrário: eu detesto matemática - até aí nenhuma novidade: você também detesta, só não confessa. Matemática é cruel de mais: ou é ou não é. Eu gosto de Arte. A Arte pode ser ou não - depende! De tanto detestar matemática eu passei a ignora-la. E ao ignora-la, eu me tornei um colaborador, um cúmplice dos péssimos professores de matemática que tive. Até que um dia eu decidi não mais ser ignorante no que diz respeito a matemática. Aprendi tão bem que hoje tem muita gente que me pede umas aulas, e isso é outra coisa que eu detesto (não sou professor). Mas tem uma pergunta que antes de dar as aulas eu sempre faço aos meus alunos e eles ficam com aquela cara do tipo me questionando: o que isso tem a ver? . E é essa mesma pergunta que eu vou fazer agora pra você: Você sabe ler?!
Posted on: Sun, 30 Jun 2013 06:11:25 +0000
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