No Porto, em quem votam os simpatizantes do Partido Socialista ? Fácil, dirão muitos: na lista do PS, encabeçada pelo Sr. Pizarro. Mais devagar, diria eu. Senão vejamos: a) Os socialistas militantes e de quotas em dia vão provavelmente seguir o princípio da camisola, embora arrastando os pés por não sentirem qualquer entusiasmo em votarem numa pessoa que sabem não ter hipóteses de vitória e que de qualquer maneira nem sequer trocará o seu assento de deputado pelo de vereador; b) Dos socialistas simpatizantes, há um sector tão agastado com a regência local dos Renatos Sampaios, que só a ideia de que o próprio Renato reaparece como figura de proa para a freguesia de Cedofeita os esmorece a ponto de os tentar a ficar em casa; então não era suposto que o novo responsável distrital, o Sr. Luis Carneiro, faria uma limpeza nas hostes? “Ora bolas! Assim não vamos lá”. c) Um outro sector de simpatizantes interroga-se sobre o significado de figuras prestigiadas do Porto, conotadas com o PS, aparecerem como apoiantes declarados ( por exemplo, Santos Silva), senão mesmo como candidatos (por exemplo, Daniel Bessa) nas listas de Rui Moreira; e perguntam-se sobre o porquê de tanto silêncio dos Franciscos Assis, dos Fernandos Gomes, etc. e tal. Será por vergonha e pouca confiança dada a fragilidade da candidatura? “Aqui passa-se qualquer coisa”. d) E depois há aquela parte do eleitorado que votava PS num ano ou votava PSD no seguinte conforme a credibilidade (ou a fotogenia) da personagem que aparece nos outdoors. De qualquer forma, sinto uma grande dose de perplexidade no chamado “voto socialista”. Eu não tenho dúvidas que muitos destes eleitores se preocupam de verdade pela sua cidade e que anseiam por uma dinâmica de progresso e de um renovado protagonismo para o Porto. Gostam de se afirmar de esquerda, o que é perfeitamente legítimo e correcto, mas reconhecem no fundo que o que no Domingo vai estar em causa é o futuro próximo do sítio onde vivem, trabalham e criam as suas famílias. Nesse particular o partido deles também é o Porto. Na Segunda-feira, dia 30, a questão que se vai pôr, ganhe o Rui Moreira ou ganhe o candidato do Governo, é a questão da governabilidade do município, visto que é garantido que nenhum deles vai conseguir a maioria absoluta. Ora o próprio Sr. Pizarro declarou a este propósito que via mais facilidade em entenderem-se com a candidatura independente do Moreira do que com a arrogância trauliteira do adversário vindo de Gaia. É por tudo isso que os potenciais votantes socialistas, que já perceberam que uma eventual administração da menezolândia seria um pesadelo, vão ter de decidir se o que mais lhes importa é pôr 2 ou 3 vereadores na Câmara, facilitando o caminho à ingovernabilidade e ao desastre financeiro, ou se barram esse caminho votando no candidato da coesão social e das contas certas. Sei de muitos deles que já decidram que o seu voto vai ser em “O meu partido é o Porto”. Acredito que muitos mais irão reflectir neste assunto e que no Domingo vão afinal ajudar à vitória do Rui Moreira. Porque, como eu, libertam-se das amarras dos preconceitos esquerda/direita e pensam por si. Pelo menos é o que lhes desejo. Força!
Posted on: Wed, 25 Sep 2013 23:16:57 +0000
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