O ensino universitário brasileiro é confuso. Regido por regras - TopicsExpress



          

O ensino universitário brasileiro é confuso. Regido por regras ditadas não sei por quem, costuma produzir professores que, ao invés de virem a público esclarecer, são mestres em confundir. Não é à toa que o Brasil continua lento no que se refere à produção de inovações científicas. A mente universitária brasileira, mesmo na área da saúde, recaiu há muito tempo na era da vigarice. Não é raro sermos ensinados a bajular os incompetentes, colocando panos quentes para se evitar os conflitos e permitir um bom ambiente de relacionamento político. Assim, quando é momento de se posicionar, o universitário brasileiro aprendeu a, antes de firmar sua opinião, considerar a conciliação entre as mais diversas posturas, criando uma espécie de Frankenstein ideológico, que é o embasamento da ignorância. Confundiu o fato de que muitas ações tem prós e contras, mas que estes devem se submeter a princípios e valores superiores que nos ajudem a definir o que é o melhor. O artigo do Prof. Srougi (em anexo) é um exemplo claro do “café com leite” moral. É uma lição prática de confusão mental e distorção dos fatos. Ao final do texto, a conclusão do leitor é nenhuma: fica sem saber exatamente o que pensa o ilustre professor, o que o motivou a escrever tantas linhas em um importante jornal. Ao usar este artigo, o professor formador de opinião sorrateiramente ajuda a engrossar a fila dos alienados. Culpa o governo pelas más atitudes contra a saúde e ao mesmo censura os médicos por reclamarem de soluções más. Ora, como pode-se entender o exercício da cidadania nesta situação? Como é que o Prof. Srougi acha que é bom que os médicos reclamem e se imponham – ao menos dentro das regras operacionais do exercício de sua profissão? Se o governo é tão mau, e propõe soluções más a problemas graves; se a força do governo, pelo poder que tem é imensamente maior que a dos médicos, como estes devem reagir ao verem se formar, com o apoio da mídia, uma campanha de desmoralização? Médicos estrangeiros há em todos os países, mas sob que condições? Quisera ver um artigo do mesmo professor – e pesquisador- em que se PROVE que qualquer médico de qualquer nação pode atuar nos países que citou sem uma AVALIAÇÃO RIGOROSA. Quisera ver um artigo comparando o rigor da suposta preparação e avaliação dadas aos médicos estrangeiros do Programa Mais Médicos com a aplicada em outros países ... Cabe aqui uma explicação. Tem se tornado muito comum a propagação da idéia de que os médicos se colocam contra o Programa Mais Médicos apenas COMO MÉDICOS, e esquecem-se de que COMO CIDADÃOS, tem todo o direito – no Estado democrático- de reagirem como desejam. Afinal de contas podem ser alvo não somente do atendimento destes profissionais, como são financiadores dos mesmos. Mas, na visão do Prof. Srougi, os médicos, todos, de mãos dadas, são perfeitos imbecis. É o que diz ao afirmar que “assumiram posições inconsistentes por ingenuidade ou romantismo”. Veja que o professor não admite que os médicos o tenham feito por convicção. E depois quer que eles sejam respeitosos... O julgamento do professor é duro: a oposição ao Programa é inconsistente por si. Ao ingênuo e ao romântico é preciso oferecer ajuda: necessita de ser orientado, guiado, tutorado e trazido à realidade. O que os médicos brasileiros – em sua maioria – dizem é, ao seu ver, baseado em ignorância e alienação mental. Se isto não é a defesa de um governo autoritário, eu já não sei mais nada. Perceberam como um bom articulador PODE PERFEITAMENTE INVERTER O SENTIDO DAS COISAS? Fosse um franco atirador qualquer, poderia-se alegar desconhecimento. Vindo de quem vem isto só tem um nome: MÁ FÉ. Esta é a estratégia daqueles que, para dar suporte ao governo, o afrontam e defendem ao mesmo tempo. Articulam suas idéias num jogo de palavras que fazem o leitor pensar que a situação não está boa, mas que não há nada a fazer. A inação é o principal combustível de um governo que deseja se implantar pela força não IMPOSTA, mas concedida de forma até inconsciente, pelos próprios cidadãos. www1.folha.uol.br/opiniao/2013/09/1342213-miguel-srougi---medicos-brasileiros-sofrimento-interminavel.shtml
Posted on: Sun, 15 Sep 2013 16:58:38 +0000

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