Parece-me a mim que as metas propostas pela Troika, e aceites pelo - TopicsExpress



          

Parece-me a mim que as metas propostas pela Troika, e aceites pelo governo português, não são para cumprir, e todos os «actores políticos» envolvidos na definição dessas metas, sabem disso. É um pouco como o arqueiro que aponta alto a seta na esperança que ela vá o mais longe possível, esquecendo-se que se for muito alem dos 45 graus de inclinação o mais provável é que ela lhe caia aos pés. Uma espécie de jogo do gato e do rato, com elevadíssimos custos sociais para o país. Penso que temos que enveredar a curto prazo por um outro caminho e o PS, tem uma especial responsabilidade nisso, pois pode e deve aprender com os erros deste governo e retirar daí as suas ilações. Não é com programas tri-anuais, que se reequilibram 40 anos de desvios acumulados. Primeiro porque não é financeiramente possível, segundo porque a própria situação económica mundial persiste em não nos deixar, terceiro porque os custos sociais são/serão devastadores. A troika exige-nos que consigamos obter um saldo primário positivo em plena espiral recessiva. Eles sabem e nós também, que a combinação de austeridade e recessão, só gera mais recessão ainda. Por outro lado a dívida pública não pára de crescer; 18 000 M€ em 2012, 13 400 M€ previstos para o final de 2013; certamente + de 10 000 M€ em 2014. A este ritmo, não é difícil perceber que num futuro próximo iremos entrar em «default», pois as probabilidades não param de aumentar. Não é um exercício de Fé ideológica, é uma questão de lógica matemática. O meu receio é que o PS, se vier a ser governo, possa não estar preparado para o embate com esta realidade, da mesma forma que o actual governo demonstrou não estar, com a sua infantil «ida além da Troika» ou com o irresponsável e economicamente suicidário «aumento colossal de impostos». Receio também que ao pedir a verificação constitucional do actual orçamento, o PS esteja a colocar novamente nas mãos do Tribunal Constitucional o ónus de chumbar as principais medidas correctivas do défice das contas pública e com isso a dar um valente tiro no pé. Em todo o caso prevejo que se os partidos do «arco da governação» não chegarem muito em breve a um entendimento sobre o caminho a seguir, a perda de votos nas próximas eleições legislativas seja ainda superior ao milhão de votos que já foi nas últimas autárquicas, e que desta feita o PS seja igualmente prejudicado.
Posted on: Tue, 22 Oct 2013 07:47:54 +0000

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