Parto normal x Cesariana "Hoje parece haver um consenso entre - TopicsExpress



          

Parto normal x Cesariana "Hoje parece haver um consenso entre associações médicas brasileiras, órgãos governamentais, agências internacionais de saúde e pesquisadores da área de que o parto normal deve ser a primeira opção para as gestantes nos casos de baixo risco, que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), representam de 70% a 80% de todas as gestações. No entanto, nossa realidade mostra uma tendência bem diferente: mais da metade dos cerca de 3 milhões de bebês nascidos por ano no Brasil vêm ao mundo por meio de cesariana. O uso indiscriminado de cesarianas tem sido muito associado ao aumento da prematuridade e da mortalidade neonatal. Em 2010, 7,8% dos bebês nascidos no Brasil por meio dessa cirurgia eram prematuros, enquanto o índice em partos normais foi de 6,4%. No Rio de Janeiro, observou-se aumento de 70% nas taxas de prematuridade nos partos cesáreos entre 1996 e 2006, enquanto nos partos vaginais houve redução de 2,4%. Segundo Maria do Carmo Leal, epidemiologista da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz e coordenadora do projeto Nascer no Brasil, mesmo quando a cesariana é feita após 37 semanas de gestação, o bebê pode nascer com traços de prematuridade, como a falta de amadurecimento do pulmão e de preparação da pele para o ambiente externo. Nesse sentido, um estudo realizado na Dinamarca entre 1998 e 2006 mostrou que bebês nascidos por cesariana eletiva entre a 37ª e a 39ª semanas de gestação têm duas a quatro vezes mais chances de desenvolver transtornos respiratórios quando comparados aos nascidos por parto vaginal. Outra pesquisa, realizada na Austrália de 1999 a 2002, concluiu que a probabilidade de ser admitido em UTI neonatal é especialmente alta entre os filhos de mulheres submetidas a cesariana eletiva e chega a ser 12 vezes maior quando a cirurgia é feita com 37 semanas de gestação, 7,5 vezes maior com 38 semanas e 2,9 vezes maior com 39 semanas. Além disso, há evidências de que o contato com a flora bacteriana vaginal faz o bebê ter menor risco de desenvolver alergias alimentares e respiratórias. Estudos indicam que, se comparada ao parto normal, a cesariana aumenta os riscos de mortalidade materna e outros resultados negativos para a mulher, como internação em terapia intensiva, transfusão de sangue e retirada do útero. (foto: Tammra McCauley/ Flickr – CC BY 2.0) “As cesarianas acarretam um risco quatro vezes maior de infecção e três vezes maior de mortalidade materna e aumentam as chances de prematuridade e mortalidade neonatal e de morte fetal intrauterina na gestação posterior, além de a recuperação da mãe ser mais difícil e de o início da amamentação ser mais demorado”, resume Maria Helena Bastos. A cirurgia cesariana também pode trazer outros prejuízos à saúde reprodutiva da mulher. Segundo Paulo Nowak, a cicatriz no útero gera alguns riscos, como a inserção mais baixa da placenta, o que aumenta as chances de sangramento e parto prematuro em gestações futuras. “A cesárea se torna mais difícil a cada nova cirurgia. A paciente que quer ter muitos filhos deve ser muito estimulada a ter parto normal.” Maria do Carmo Leal acrescenta: “A mulher que fez cesáreas repetidas tem maior risco, embora seja baixo, de ruptura uterina na gravidez subsequente.” cienciahoje.uol.br/especiais/por-um-parto-seguro/escolha-arriscada
Posted on: Tue, 16 Jul 2013 02:22:46 +0000

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