Pior do que chegar ao ponto de ter de explicar por que um - TopicsExpress



          

Pior do que chegar ao ponto de ter de explicar por que um estudante de medicina precisa treinar em porcos a técnica da traqueostomia que terá de usar até em casos emergenciais em seres humanos - como no do choque anafilático, com edema de glote - para impedi-los de morrer sufocados, é ter de explicar por que não usamos criminosos presos como cobaias de experiências científicas em lugar dos animais. Poucas propostas são tão sintomáticas da pura e simples afetação idiota de bom-mocismo quanto esta, que dispensa o proponente de conceber não digo nem as questões morais envolvidas - que deixo para a turma dus-direitus-humânu - mas até os efeitos práticos mais óbvios do que está dizendo. Em lugar de ratos, porcos e beagles, teríamos então ladrões, sequestradores, estupradores, assassinos, só umas pessoas assim adoráveis e bastante dóceis, que diriam bom dia, sr. cientista, em que posso ajudá-lo?, sem a necessidade de uma penca de policiais (aqueles que há de sobra nas ruas, não é mesmo?...) para transportá-las, ainda que anestesiadas, das prisões para os laboratórios e vice-versa, evitando emboscadas e fugas, e cuidando da segurança dos pesquisadores (os verdadeiros, não os infiltrados), que agora teriam mais este atraente chamariz para a sua digníssima profissão, decerto compensado pelo acréscimo de disciplinas de MMA para uso emergencial no currículo universitário. Já estou imaginando as futuras prisões-laboratórios-universidades-brasileiras-de-segurança-máxima e as novas e promissoras carreiras de professor-carcereiro ou cientista-policial. No Brasil, definitivamente, ciência será coisa para cabra macho. Com todo respeito às cabras, ok? felipemourabrasil.br
Posted on: Fri, 25 Oct 2013 17:11:12 +0000

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