Por Maria Thereza David João "Se a pessoa não consegue produzir, coitado, vai ser professor. Então fica a angústia: se ele vai ter um nome na praça ou se ele vai dar aula a vida inteira e repetir o que os outros fazem", afirmou o presidente. Declaração que corrobora a desvalorização da importância do professor, ao desqualificar seu ofÃcio dizendo que quem é professor só o é porque não conseguiu algo "melhor". Mostra também uma visão arcaica sobre o que é o ensino ("repetir o que os outros fazem") e ignora a imensa responsabilidade e todo o trabalho hercúleo exigido para o sucesso da relação ensino-aprendizagem. Um professor, seja este do ensino básico, fundamental ou médio deve ser um constante estudante e, tendo em vista a heterogeneidade presente em uma sala de aula, escolher as ferramentas para trabalhar os conteúdos de acordo com o perfil de cada turma, no lugar de ficar repetindo feito papagaio a mesma aula de dois ou dez anos atrás. Por incrÃvel que pareça, é assim que funciona o trabalho do professor - preparar aula dá um trabalho do cão e nesse trabalho estão envolvidos MUITA pesquisa, reflexão sobre os conteúdos constante avaliação da prática pedagógica. Isso não é feito somente na universidade - aliás, arrisco dizer que é na vivência dessa prática diária, e não isolado numa biblioteca universitária, que se constroem as melhores reflexões sobre o ensino. E que se dane o "nome na praça" e a fogueira das vaidades.
Posted on: Wed, 17 Jul 2013 15:48:02 +0000