Reflexão de domingo.... O porque e como, sobre o que escolhi - TopicsExpress



          

Reflexão de domingo.... O porque e como, sobre o que escolhi fazer de mim mesmo: historiador? .. Porque da História? Muitas vezes, falaríamos, pelo seu papel social, pela vontade de entender o mundo e prescrever movimentos de mudanças e transformações. Quiçá, tudo isto tenha me feito juntamente com outras mais pretensões ao estudo e amparos de vossa musa, Clio. Mas mentiria se eu dissesse que foi pelo simples relevo de querer sentir para o resto de minha própria vida aquele sentimento do qual não conseguimos muitas vezes passar para as palavras, o de abrir um álbum de fotos e muitas vezes daquelas pessoas queridas que já não se façam em presenças, lacrimejar frente às recordações e se ater ao choro por nunca mais poder partilhar daquelas palavras, daqueles sorrisos e até mesmo das brigas, enfim; chorar em verdadeiro sangue, pois a ausência é bem presente, pela paradoxal forma que é ater-se frente ao não mais possibilitado. Quem sabe a busca de história, venha por este único princípio: pela busca de pessoas, pelas ausências em presenças, pela rememoração destemidamente perdida entre tantas outras... Pelo sentimento a flor da pele ao ver um papel velho, passado pelos ácaros e amarelamentos que o singularizam. É o próprio sentimento de si, em tudo isto. Mentiria se dissesse que o estudo aos meandros do arquivo, dá-se simplesmente por um luxo próprio de não querer esquecer, quando o próprio tempo que passa e repassa, força-me a deixar para trás caminhos que já se fazem sobre os recôncavos da morte... Apontar que dentro da morte há vida, da memória há esquecimento como houve recordação e fez apontar os choros, as brigas os conflitos, juntamente com os risos... Curiosidade talvez, mordaz. Apontar tantas coisas... Fazer de si esta possibilidade em tantas presenças que assim passaram e jamais se verão, sentir estas intensidades como um louco espiritismo de reencarnações; verdadeiras buscas por possessões que tracejam este corpo que aceita todos os espíritos perdidos... Este, quem sabe, seja o espírito que verta a uma ideia de homo histor... Supostamente egoísta, mas se isto não for uma transformação aos fatídicos entrelaçamentos das certezas e das incertezas a abrir sempre um mundaréu para ainda viver, e chorar, lembrar e sentir, toda vez que um novo álbum de fotos for aberto ou o mesmo de cada vez, aquele que se é redescoberto em cada faxina nas caixas velhas que a avó guarda como um santuário e, olhá-lo ao que está ali, mas perdidamente longe no distante do nunca mais... Das próprias vezes que se fizer experimentar... E pois bem, dar a achar que o estudo do passado pode ser sem alguma pretensão para além dela mesma, a potencialização das células que ainda se fazem em vida dentro de mim...
Posted on: Sun, 20 Oct 2013 23:13:47 +0000

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