"Robôs", de Carlos Saldanha e Chris Wedge (2005) Rodney, - TopicsExpress



          

"Robôs", de Carlos Saldanha e Chris Wedge (2005) Rodney, filho do casal Lataria, é um jovem robô empreendedor que vive no subúrbio de Robópolis e que desde cedo demonstra aptidão para as invenções. Ele sonha em trabalhar com um poderoso inventor conhecido como Big Weld (Grande Soldador). Por isso, decide visitá-lo para mostrar a ele suas idéias. No entanto, ele descobre que quem manda agora é Dom Aço, que pretende fazer um upgrade das máquinas. Quem não tiver dinheiro para se modernizar, sai de circulação e vai para o ferro velho. Em Robopólis, Rodney irá encontrar novos amigos e conhecer uma gangue de máquinas excluídas da sociedade. Manivela, seu récem-amigo, assim como o pai de Rodney, está ficando velho, e já não encontram mais peças para reposição. Finalmente, Rodney e amigos decidem fazer justiça com as próprias mãos e libertar o Grande Soldador, que descobrem ser refém de Dom Aço. Ao assumir novamente o controle de sua corporação industrial, o Grande Soldador poderá voltar a fabricar peças sobressalentes para as máquinas ultrapassadas pela inovação tecnológica e ameaçadas de irem parar no ferro velho. Em Robôs, Dom Aço é a expressão do "capitalismo selvagem" - ou melhor, do capital financeiro (que predomina hoje, sob o capitalismo global) e que só visa o lucro e a descartabilidade. Por outro lado, o Grande Soldador aparece como a representação do "capitalismo social" que busca repor as energias perdidas e não fazer meramente o upgrade. Robôs é dirigido por Chris Wedge e pelo brasileiro Carlos Saldanha (o mesmo time de A Era do Gelo). É uma fantasia dos riscos da alucinada inovação tecnológica que ameaça, com a desvalorização persistente, o mundo dos homens (que aparecem invertidos como robôs). Mas a culpa da obsolescência planejada, prática comum das corporações industriais, é atribuída a um executivo malvado e corrupto e não a um modo de produção social, o capitalismo, que possui, em si, a lógica da produção destrutiva. Deste modo, uma animação tão sofisticada e bem trabalhada, muitas vezes é desperdiçada num roteiro tão pouco ousado e criativo. É claro que no subtexto do filme, existe uma crítica sutil à "sociedade de consumo", à modernização desenfreada, ou até uma discreta crítica ao sistema ditatorial de Hollywood, onde o que conta é a juventude e a beleza (por isso, tantas ‘estrelas’ se submetem ao bisturi, ou seja, o upgrade). Entretanto, faltou-lhe ousadia em sugerir algo para além da luta do Bem contra o Mal ou de um suposto "capitalismo social" (Grande Soldador), aquele que solda o compromisso social, contra um capitalismo Selvagem... É visível o excesso de referências à cultura pop, como O Espanta Tubarões, Cantando na Chuva e 2001: Uma Odisséia no Espaço. Além disso, nota-se que o visual do filme parece ter sido inspirado na cultura tecnológica dos anos 1950, época em que os eletrodomésticos começaram a se tornar popular; por isso os personagens até têm a cara dessas parafernálias. [topo] (2005)
Posted on: Sun, 04 Aug 2013 16:42:11 +0000

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