Sugiro aos que se opõem ao programa Mais Médicos a darem uma voltinha na minha terra, o Vale do Jequitinhonha, onde encontrar um médico é mais difícil que ganhar na loteria. Até uma consulta particular é difícil de se conseguir. Lá, às vezes, encontramos um ou outro médico recém formado que permanece na cidade por cerca de um ano para "ganhar experiência" ganhando seus lindos 12 mil reais por mês e depois vão embora ganhar a vida nos grandes centros urbanos, nunca dando continuidade ao acompanhamento dos pacientes. O que tem de gente lá que nunca foi ao médico é de se assustar. Com o Mais Médicos, Serão 11 mil novas vagas nos cursos de medicina, 4000 médicos estrangeiros que atenderão nos pequenos municípios, como minha querida Angelândia, cidade com pouco mais de 13 mil habitantes situada no Vale da Miséria, no Alto Jequitinhonha. Vejo professores universitários com diplomas invejáveis, que rodaram o mundo, mas que não conhecem seu próprio país. Bem que podiam pegar seus carros de luxo e darem uma voltinha por lá. Vejo são-joanenses, vítimas da reserva de mercado da nossa querida classe médica local, questionando a qualidade dos médicos cubanos. Não tenho medo em dizer que, com certeza, serão muito melhores que os que aqui atendem. Outros dizem que é medida eleitoreira, mas poxa, temos eleições de 2 em 2 anos, como trabalhar então? Fico muito satisfeito em saber que os meus pais, juntamente com meus conterrâneos, terão um melhor acesso à saúde. E espero ansiosamente pelo dia em que os deuses do Jaleco Branco formados pelas Universidades Federais Brasileiras deixem um pouco de lado esse espírito de superioridade e desempenhem algum papel social no país em que vivemos. Quem sabe os dois anos atuando pelo SUS? Avante, Brasil!
Posted on: Sun, 25 Aug 2013 14:23:13 +0000
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