VOTAR VIA INTERNET: UMA BOA IDÉIA? O projeto de usar a internet para dizer sim ou não a um político nefasto, retirando seu mandato, por exemplo, ou protestar contra um projeto ruim no Congresso tornando-o inaceitável - enfim, a democracia em real movimento - talvez fôsse a metade de uma ótima iniciativa politica. Um substituto eficiente às manifestações de rua. Votadas através da internet e ultrapassado um determinado número de assinaturas seria possível dar um pé na bunda do Renan, retirando-o do Congresso e processando-o em seguida. Ou remover Dona Dilma substituindo-a por alguém competente. Ou investigar a fortuna do Lula. Ou checar as manobras safadas de um Eike - isso a qualquer momento. O problema é que mesmo assim nossa força "democrática" via internet não seria tão forte, pois continuariamos nas mãos de quem articula a informação, quem forma a opinião pública, rádios e tvs , no caso, concessões do Estado. Essa midia eletrônica, mesmo com a votação tipo "recall", via internet, como ela é chamada, continuaria livremente a obedecer à voz do interêsse dos donos das concessões "eletrônicas", dirigindo nossas vontades conforme seus designios. A pergunta que se faz é: quem pode ser dono dos veículos de comunicação? No caso das rádios e tvs, como rever as concessões já havidas e quais as condições para conceder novas? Que país hoje tem regras democráticas para a divisão mais equitativa, proporcinal e justa dos meios de comunicação? Como vencer a mídia, da maneira como ela está disposta hoje? É justo que uma denominação religiosa ou um partido, possa manejar a opinião das pessoas com o gigantesco poder da mídia - só porque tem dinheiro? Ou porque as licenças para rádio e tvs podem ser vendidas (concedidas...) como que na feira? No caso das emissoras evangélicas, é assustador: eles recolhem uma caixinha e não precisam declarar nada ao IR, como nós, comuns mortais. E com essa grana formidável compram tudo, inclusive os veículos de comunicação. Que por sua vez proporcionam votos para enviar seus representantes, às vezes fanáticos boçais, para Câmara e o Congresso - permitindo que eles movam as engrenagens do poder na direção dos interesses de seus patrões. Idem a igreja católica, ficamos refens das religiões, sendo nós, nominalmente, um estado laico. Outra questão: em Roma, nos tempos históricos do inicio da democracia (e na Grécia), votavam só os patrícios, os que tinham uma posição social. Seria como se aqui no Brasil, com esses milhões de analfabetos, só os alfabetizados e "homens de bem" pudessem votar. Não parece uma solução aceitável. E como garantir que esses da massa popular votariam com suas cabeças e bom senso, se nem tem acesso à informação, se nem sabem ler e escrever? E, muito menos, possuem computadores? Nossa dita democracia é que nem saliva na boca: ajuda a mastigar qualquer coisa. Mas não tira a fome de ninguém. Uma falácia demagógica de que se servem os políticos para não mexer no time que está ganhando : ou seja, no time deles mesmos. No fundo, ninguém, nenhum partido quer discutir verdadeiramente uma reforma politica real. Temos uma longa caminhada revolucionária se queremos afastar de nossa vida os políticos ladrões que gostariamos fossem pendurados pelo pescoço nas praças, para servir como exemplo e garantir mais respeito à Vontade Pública, através da Lei e do Medo - uma vez que jamais poderiamos contar verdadeiramente com a sua honestidade e civismo.
Posted on: Thu, 11 Jul 2013 06:02:51 +0000
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