Vale muito a pena ler Meninas. Esse Depoimento é de uma mamãe - TopicsExpress



          

Vale muito a pena ler Meninas. Esse Depoimento é de uma mamãe linda e guerreira, a Alice,que está na reta final de ganhar o seu tão esperado, desejado e já muito amado Dani. E de repente, lá está ela, com um teste de farmácia mostrando um sinal em forma de cruz tão forte que confirma uma suspeita que, por dias, a deixou sem chão: ela está mesmo grávida. E agora? O que fazer? Como contar para a família? Como contar aos amigos? E o principal? Como contar ao pai do bebê? Será que ele vai apoiá-la? Será que ficará feliz? Ou será que ele seria capaz de abandoná-la justo nesse momento? São tantas perguntas, tantas incertezas. Nessa hora, até a mais incrédula das mulheres se lembra de Deus. Pede a Ele que a ajude a ter força e suportar o que está por vir. Já se sentindo mais fortalecida, até pensa que na verdade tudo irá dar certo. Afinal, um bebê é sempre uma alegria! E vai contar ao pai do bebê que agora já não são mais dois.... e sim três. Com um pouco de medo, mas com um certa esperança de que o parceiro também ficará feliz, ela lhe dá a notícia. A reação dele? Não poderia ser pior. O pedido do aborto é o menos ofensivo entre tantas coisas que ela escuta. Ali, em frente a ele, ela chora, se humilha, implora para que ele lhe dê uma chance, para que pense na criança e na família que estão prestes a formar. Mas ele está irredutível. Na verdade, ele está com tanta raiva dela que até parece que ela lhe fez algo de muito ruim. Arrasada, ela volta para a casa e por dias não dorme e não come, só consegue chorar, chorar e chorar. Não tem forças para mais nada. Deitada sob o escuro do quarto, ela pensa em tudo. A princípio, considera a idéia do aborto. Mas seus valores morais e éticos não a permitem praticar tal ato. Na verdade, ela já ama aquela sementinha que está ali. Depois disso, pensa em como seria melhor se algo acontecesse e ela perdesse a vida. Afinal, como ela pode prosseguir agora? Imagina até, durante o banho, enquanto a espuma está sob sua barriga, se não seria melhor se Deus levasse aquela vidinha se formando ainda, pois ela ainda é muito nova, não será uma boa mãe, não poderá oferecer nada de bom ao filho que está chegando e terá sua vida inteiramente transformada. Finalmente chega a hora mais terrível para ela: contar a família que está grávida. E mais: contar a família que não tem o menor apoio do pai do bebê. A reação da família pode ser qualquer uma, mas uma coisa é a mesma: a decepção. Algumas famílias apoiam imediatamente, outras apoiam após passar o choque inicial e outras.... bem, infelizmente nem todas estão preparadas para isso.... acham mais fácil julgar e discriminar um membro da família, negar ajuda a essa pessoa quando não a negariam nem a um estranho na rua. Mas a vida continua. Aquele serzinho ali dentro começa a crescer e isso requer certos cuidados. Agora há uma nova rotina cheia de consultas médicas, exames, ultrassons e doses de vitaminas. Na primeira consulta ela tem ainda mais contato com a sua nova realidade. Sozinha, ela entra na sala de espera e busca um lugar vago para se sentar. Ali, no cantinho mais escondido que ela conseguiu encontrar, ela observa várias futuras mamães acompanhadas dos futuros papais. E ela ali, sozinha. Até mesmo a melhor amiga conseguiu arrumar a desculpa mais mirabolante para não acompanhá-la. Afinal, a melhor amiga não entende porque ela, que é tão inteligente e descolada, está numa situação dessas. Após alguns instantes, que para ela parece uma eternidade, o nome dela é chamado pela enfermeira. Tremendo, achando que está prestes a desmaiar, ela entra no consultório médico. É examinada e pela primeira vez escuta o coraçãozinho do bebê. Que momento emocionante! Pequenas lágrimas tímidas rolam por sua face. Ela está sentindo uma felicidade tão grande que até se recrimina pelos pensamentos que teve antes. O médico, seguindo a rotina da primeira consulta, convida aquela futura mamãe extasiada para sentar-se e responder algumas perguntas. As primeiras perguntas são respondidas com um sorriso enorme nos lábios. Ela lhe conta que ela e a família tem uma saúde perfeita, lhe diz a data da última menstruação e naquele exato momento fica sabendo qual o tempo de gestação e para quando deve esperar o bebê. Ela se perde em sonhos e devaneios. Imagina como será a sua vida em poucos meses, após a chegada do bebê. Já quase nem se lembra dos momentos tristes que passou. Mas, bruscamente, ela é retirada desse quase nirvana por uma frase para lá de inesperada recém-saída da boca do médico: “Agora vamos passar para o questionário do papai. Ele está na recepção?”. É necessário que o médico repita novamente a pergunta, porque ela não consegue pronunciar uma única palavra. Tentando ser forte, ela responde que ele não pôde vir. O médico começa então a fazer as perguntas sobre ele, imaginando que ela mesma poderia responder. Infelizmente, ela não pode. E,com a voz abafada pelas lágrimas sufocadas, ela acaba confessando que ele “decidiu” não ser pai naquele momento. Ao ver o médico passar um risco, anulando o histórico do pai, ela não consegue mais segurar, e acaba derrubando as tais lágrimas até então sufocadas. E esse é apenas o começo de tudo que ela ainda irá passar. Alguns dias serão de felicidade e outros de dor. Em alguns momentos ela estará certa de que foi tudo obra divina, em outros, irá questionar até a existência dEsse Ser Superior. Mas uma coisa é certa: com o avanço da gravidez, com a alegria do primeiro ultrassom, do primeiro movimento do bebê, da primeira roupinha ganhada, da barriga começando a crescer, ela se renderá a esse momento único e sublime que é a gravidez. A dor continuará a existir sim, mas menor. E vai diminuindo tanto com o passar dos dias que ela até passa a acreditar que um dia deixará de senti-la. Sobre as dificuldades? Muitas ainda virão. E piores. Mas ela já não é mais a mesma garotinha fraca do início. Agora ela é uma mulher. E uma mulher forte e guerreira que conseguirá superar todas essas dificuldades com muita luta e determinação. O preconceito da família,dos amigos e da sociedade em geral, que no inicio a abalava profundamente, depois de um tempo nem será notado por ela. A necessidade da presença do pai do bebê vai diminuir tanto e ela perceberá como foi melhor ele ter se afastado mesmo, pois ele não é suficientemente digno de ter a honra de ser pai de um ser tão maravilhoso como o que ela carrega no seu ventre. A vida, para ela, ganha um novo sentido, uma nova cor, um novo tema, até mesmo uma nova música. A incerteza da solidão acaba. Agora são dois corpos ocupando o mesmo espaço, contrariando até mesmo as leis das Física. Ali, dentro dela, um milagre está acontecendo. E em muitos momentos, ela nem lembrará de que é uma mãe solteira, mas sim de que é apenas mãe. Alice Lima – 23 anos –Newark – New Jersey – U.S.A.
Posted on: Sat, 14 Sep 2013 05:34:56 +0000

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